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No início, o mundo era feito de vazio e escuridão, regido e
governado por Shakar, senhor das sombras, do escuro e do vazio. Porém, tudo no
mundo necessita de equilíbrio, para a escuridão sempre haverá uma luz, por mais
tênue que seja. Em meio ao vasto horizonte negro surgiu um clarão nascente,
dando vida a Aghor. E assim viveram enfrentando as eras, mas até mesmo seres
supremos tender a sucumbir perante a solidão e os desejos. Aghor, em um
violento rugido de desalento, criou uma fenda no escuro vazio e despertou um
calor infindo, trazendo a vida seres celestes para reinarem junto a eles. Aghor
provinha sua vida dos céus, mas seus companheiros necessitavam de outra fonte
de energia para sobreviver. Do ventre de sua esposa, Aghor gerou um mundo onde o
amor dos deuses seria convertido em poder vital. Agahta gerou a terra e a
natureza de seu ventre e desta brotaram formas de vida as quais cada deus
cuidava e se alimentava de fé. Shakar não suportou a luz que os deuses
trouxeram consigo e partiu junto aos deuses renegados para o lado escuro do
mundo.
A natureza foi a maior riqueza que os deuses criaram neste
mundo, seus elementos deram vida aos seres que por aqui habitam. Seres que o
dominaram por entre as eras, usando-o e destruindo-o. Criaturas que aprenderam
não só a se defender, mas também a atacar usando tais riquezas. Aghor, ainda
nos palácios suspensos, por ódio de tamanho descaso entre os seres na terra, decidiu
limpar o mundo e pediu a Miriel, sua sobrinha, deusa das chuvas e da água doce,
que enviasse uma última tempestade. Agahta, sua mulher, deusa da natureza, com
os olhos piedosos em prantos por amor a seus filhos, implorou a Aghor uma última
chance, daria a uma raça de homens o poder de interagir com os elementos da
natureza, assim, estes provariam o seu valor a partir de suas escolhas, trariam
a paz ao mundo em meio a essa era onde castelos eram erguidos para a guerra, ou
seriam corrompidos por tamanho poder em suas mãos e trariam a escuridão a seu
mundo. Krieghor, deus da guerra, ajoelhou-se segurando a sua espada e jurou a
sua irmã que aqueles que escolhessem o caminho da luz teriam proteção em sua
jornada. Agahta, comovida derramou suas lágrimas em quatro frascos de cristal e
entregou-os a Iduna, deusa dos partos e das famílias pedindo-a que as desse de
beber as mais puras criaturas que encontrasse na terra e assim seus legados
carregariam a marca dos elementos da natureza. Shakar, deus do submundo, rei
dos deuses renegados, interferiu durante a reunião e ofereceu Alícia para
ajudar Iduna em sua jornada, os deuses renegados derivam de tudo que a
humanidade criou de desprezível na terra e sem os homens Shakar sabia que seria
questão de tempo para que os poderes de seu seguidores fossem esvaídos. Os
portões dos céus foram abertos para Iduna e Alícia, que rapidamente pousaram em
Elemenah, uma das ilhas isoladas do sul, onde se depararam com Elthya - uma das
princesas da ilha norte – e a entregaram o frasco onde a lágrima havia ficado
branca, rapidamente levaram a segunda lágrima à ilha do oeste e entregaram a Korg
– rei da planície de areia. Iduna não suportando a ideia de ter de viajar com a
filha bastarda de seu marido, entregou o frasco da lágrima vermelha a Alícia e a
instrui que a entregasse à Leonas – rei de Ofen nos vales vulcânicos do sul – enquanto
levaria a última lágrima a Azura, a rainha das lagoas da ilha leste antes que
Dain, deus do dia e do sol, surgisse trazendo a luz da nova manhã. Shakar,
porém, envolto em tamanho poder concedido por Agahta, antes que Alícia
entregasse a lágrima, coletou um simples respingo e o guardou em um frasco
amarrado a seu pescoço. Na noite seguinte, Shakar voltou a uma ilha abandonada entre
as demais e selou um acordo com Shatten, rei das tribos bárbaras, lhe
entregando o respingo da lágrima de Agahta, em troca de sua total lealdade. Na
mesma noite, transformou os pedregulhos em sua volta em ouro e ordenou a
Shatten que criasse um exército e exterminasse os reinos nas ilhas vizinhas e
assim começaria uma era de escuridão, escuridão que encobriria o mundo novamente
e alimentaria os poderes de Shakar, fazendo com que Aghor caísse, deixando os
palácios suspensos para que os deuses renegados governassem os céus enquanto
Shatten governaria a terra.